Mercosul, quase uma União Econômica
Em tempos recentes, Bolívia e Venezuela iniciaram o
processo de adesão ao bloco. No caso da Bolívia, teve seu acesso oficializado
em junho de 2017 e está passando pelo processo de adesão, que pode durar por um
período de quatro anos. Já no caso da Venezuela, seu processo da adesão está
suspenso desde 2016 por decisão dos países-membro, em virtude da quebra do
processo democrático no país.
Existem, também, os países associados e os observadores. Os
países associados podem participar de alguns acordos econômicos criados pelo
bloco, entretanto não possuem direito à voto. Os países associados são Chile,
Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname. Entretanto quando falamos dos
países observadores, estes só podem observar as reuniões, participar de eventos
e acompanhar o andamento das negociações. Os países observadores são México e
Nova Zelândia.
O objetivo primário do bloco era a criação de uma zona de
livre comércio, na qual existe a circulação de mercadorias sem a cobrança dos
impostos de importação. Essa não cobrança dos impostos, significa que a
mercadoria está saindo do país vendedor e entrando no país comprador, como se
estivesse circulando no mercado interno.
Após a viabilidade da zona de livre comércio, ocorreu a
evolução para uma união aduaneira. Nessa nova classe de bloco, ficam mantidos
os tratamentos da zona de livre comércio, porém com a adição do tratamento alfandegário
único para terceiros países. Esse tratamento implica em tarifas de importação
únicas para os países do bloco, ou seja, se uma mercadoria tem imposto de
importação de 20%, ela vai pagar essa alíquota em qualquer um dos países do
bloco.
Para que a união aduaneira seja completa, é implementado um
sistema de Tarifa Externa Comum (TEC). Essa tarifa é comum para todos os países
do bloco e visa definir as alíquotas dos impostos de importação dos produtos. O
Mercosul pode ser considerado uma união aduaneira imperfeita, porque a sua TEC
abre exceção para o imposto de importação de alguns produtos, como medicamentos
e itens de higiene.
Além da livre circulação de mercadorias, sem o imposto de
importação, também é permitida a livre circulação de pessoas entre os
países-membros. As pessoas desses países podem circular livremente e até
trabalhar, sem a necessidade de quaisquer documentos senão o documento de
identidade de seu país de origem. Também é permitido o trabalho, sendo o
diploma do país de origem válido nos demais países.
No âmbito econômico, no ano de 2019, o PIB do Mercosul foi
de US$ 2,38 trilhões, sendo o que nos últimos 10 anos só foi maior que no ano
de 2009, quando o PIB do bloco foi de US$ 2,05 trilhões. Enquanto o PIB do
mundo, no ano de 2019, foi de US$ 87,69 trilhões e no ano de 2009 foi de US$
60,39 trilhões.
O Brasil é a maior economia do bloco e a maior da América
do Sul, com uma boa gestão e condução, o bloco pode crescer e, quiçá, um dia se
tornar um mercado comum ou até uma união econômica. Entretanto para chegar em
um desses outros modelos de bloco, alguns obstáculos precisam ser superados.
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